TDAH e estrutura e função cerebral
O TDAH é um distúrbio do neurodesenvolvimento. Nos últimos anos, tem havido crescente evidência de que a estrutura e a função do cérebro podem diferir entre alguém com TDAH e alguém sem o distúrbio. Compreender essas diferenças pode ajudar a diminuir o estigma às vezes associado ao TDAH.
Compreendendo o TDAH
O TDAH é caracterizado por dificuldades em prestar atenção e, em alguns casos, extrema hiperatividade. Alguém com TDAH pode experimentar mais déficit de atenção ou hiperatividade. O TDAH geralmente é diagnosticado durante a infância, mas também pode ser identificado pela primeira vez na idade adulta. Outros sintomas incluem:
- falta de foco
- inquieto
- dificuldade em ficar sentado
- personalidade hiperativa
- esquecimento
- falando fora de hora
- problemas comportamentais
- impulsividade
A causa exata do TDAH não é conhecida. Pensa-se que os genes desempenham um grande fator. Existem outros fatores contribuintes possíveis, como:
- nutrição, embora ainda seja controverso se existe ou não uma associação entre o TDAH e o consumo de açúcar, de acordo com um estudo publicado na revista Nutrition Research and Practice
- lesões cerebrais
- exposição ao chumbo
- exposição ao cigarro e álcool durante a gravidez
Estrutura e função cerebral no TDAH
O cérebro é o órgão humano mais complexo. Portanto, faz sentido que entender a conexão entre o TDAH e a estrutura e função do cérebro também seja complexo. Estudos têm pesquisado se existem diferenças estruturais entre crianças com TDAH e aquelas sem o distúrbio. Usando ressonância magnética, um estudo examinou crianças com e sem TDAH durante um período de 10 anos. Eles descobriram que o tamanho do cérebro era diferente entre os dois grupos. As crianças com TDAH tinham cérebros menores em cerca de 3%, embora seja importante ressaltar que a inteligência não é afetada pelo tamanho do cérebro. Os pesquisadores também relataram que o desenvolvimento do cérebro era o mesmo em crianças com ou sem TDAH.
O estudo também descobriu que certas áreas do cérebro eram menores em crianças com sintomas mais graves de TDAH. Essas áreas, como os lobos frontais, estão envolvidas em:
- controle de impulso
- inibição
- Atividade motora
- concentração
Os pesquisadores também analisaram as diferenças de substância branca e cinza em crianças com e sem TDAH. A substância branca consiste em axônios ou fibras nervosas. A matéria cinzenta é a camada externa do cérebro. Os pesquisadores descobriram que pessoas com TDAH podem ter diferentes vias neurais em áreas do cérebro envolvidas em:
- comportamento impulsivo
- atenção
- inibição
- Atividade motora
Esses diferentes caminhos podem explicar parcialmente por que as pessoas com TDAH costumam ter problemas comportamentais e dificuldades de aprendizado.
Gênero e TDAH
O Journal of Attention Disorders informa que também pode haver diferenças de gênero no TDAH. Um estudo descobriu que o gênero se refletiu nos resultados dos testes de desempenho que medem desatenção e impulsividade. Os resultados dos testes mostraram que os meninos tendem a experimentar mais impulsividade do que as meninas. Não houve diferença nos sintomas de desatenção entre meninos e meninas. Por outro lado, as meninas com TDAH podem ter problemas mais internos, como ansiedade e depressão, principalmente à medida que envelhecem. No entanto, a diferença entre os sexos e o TDAH ainda requer mais pesquisas.
Mudanças de tratamento e estilo de vida
O tratamento é necessário para melhorar a qualidade de vida no TDAH. Para menores de 5 anos, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças recomendam terapia comportamental primeiro. A intervenção precoce pode:
- diminuir problemas comportamentais
- melhorar notas escolares
- ajuda com habilidades sociais
- evitar falhas nas tarefas de acabamento
Para crianças acima de 5 anos, os medicamentos geralmente são considerados a primeira linha de tratamento para o TDAH. Algumas medidas de estilo de vida também podem ajudar.
Medicamentos
Quando se trata de um gerenciamento eficaz do TDAH, os medicamentos prescritos continuam sendo a primeira linha de tratamento para a maioria das crianças. Estes vêm na forma de estimulantes. Embora possa parecer contraproducente prescrever medicamentos estimulantes para alguém que já é hiperativo, esses medicamentos realmente têm o efeito oposto em pacientes com TDAH.
O problema com os estimulantes é que eles podem ter efeitos colaterais em alguns pacientes, como:
- irritabilidade
- fadiga
- insônia
Segundo o Instituto McGovern para Pesquisa do Cérebro, cerca de 60% das pessoas respondem favoravelmente ao primeiro estimulante prescrito. Se você não estiver satisfeito com um medicamento estimulante, um não estimulante é outra opção para o TDAH.
Mudancas de estilo de vida
Mudanças no estilo de vida também podem ajudar a controlar os sintomas do TDAH. Isso é especialmente útil para crianças que ainda estão desenvolvendo hábitos. Você pode tentar:
- limitar o tempo de televisão, especialmente durante o jantar e outros momentos de concentração
- se envolver em um esporte ou hobby
- aumentando as habilidades organizacionais
- estabelecimento de metas e recompensas atingíveis
- aderindo a uma rotina diária
Outlook
Como não há cura para o TDAH, é necessário tratamento para melhorar a qualidade de vida. O tratamento também pode ajudar as crianças a ter sucesso na escola. Apesar de alguns dos desafios frequentemente vistos na infância, alguns sintomas melhoram com a idade. De fato, o Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH) observa que o cérebro de um paciente com TDAH atinge um estado "normal", mas é apenas atrasado. Além disso, apesar das diferenças de gênero na estrutura e função cerebral no TDAH, é importante observar que homens e mulheres são submetidos aos mesmos tratamentos.
Pergunte ao seu médico se o plano de tratamento atual do seu filho pode precisar de uma segunda análise. Você também pode conversar com profissionais da escola de seu filho para explorar possíveis serviços complementares. É importante lembrar que, com o tratamento correto, seu filho pode viver uma vida normal e feliz.
Q:
É verdade que o TDAH é pouco reconhecido nas meninas? Se sim, por quê?
UMA:
O TDAH tem sido associado a meninos e comportamento hiperativo. Muitos casos de TDAH são trazidos à atenção dos pais por professores que observam os comportamentos perturbadores da criança em sala de aula. O comportamento hiperativo, por sua própria natureza, é mais perturbador ou problemático do que o comportamento desatento geralmente observado em meninas com TDAH. Aqueles com sintomas desatentos de TDAH geralmente não reclamam a atenção de seus professores e, como resultado, muitas vezes não são reconhecidos como portadores de um distúrbio.
Timothy J. Legg, PhD, PMHNP-BCAs respostas representam as opiniões de nossos médicos especialistas. Todo o conteúdo é estritamente informativo e não deve ser considerado aconselhamento médico.