Quando cursava a faculdade, Jenna Pettit, 24 anos, estava se sentindo exausta e estressada por seus exigentes cursos.
Como instrutora de fitness, ela começou a se exercitar para aliviar o estresse.
Não deu certo. De fato, as coisas pioraram.
Pettit começou a sentir sintomas de saúde. Ela mal conseguia sair da cama, teve diarréia incontrolável, perdeu 20 quilos e passou uma semana no hospital.
Pettit, que vive em Corona, Califórnia, acabou recebendo um diagnóstico da doença de Crohn. Após o diagnóstico, ela teve que tirar um mês de folga das aulas de fitness.
Uma vez que ela teve a chance de processar seu diagnóstico, ela sabia que tinha que voltar a trabalhar. Mas não foi fácil.
"Foi difícil voltar às aulas, porque perdi meus músculos", diz ela. "Eu perdi essa resistência."
Para Pettit e outros que vivem com condições gastrointestinais (GI) - como colite ulcerosa, doença de Crohn, síndrome do intestino irritável (SII), gastroparesia ou refluxo gastroesofágico grave (DRGE) - o exercício regular pode ser um desafio.
Mas a pesquisa mostrou que permanecer em forma leva a menos sintomas em pessoas com doença inflamatória intestinal (DII). IBD é um termo genérico que inclui vários distúrbios do trato GI, como doença de Crohn e colite ulcerosa.
Além do mais, práticas restaurativas como ioga e Pilates podem ajudar a reduzir o estresse. Gerenciar o estresse pode ser crucial para pessoas com essas condições.
Por que o exercício pode ser um desafio
Exercitar-se regularmente pode ser difícil para pessoas com doenças inflamatórias, especialmente quando experimentam um surto. David Padua, MD, PhD, gastroenterologista da UCLA e diretor do Laboratório de Pádua, que estuda doenças digestivas, diz que vê regularmente pacientes lutando para se exercitar devido a seus sintomas.
"Com coisas como colite ulcerosa, doença de Crohn e doença inflamatória intestinal, a inflamação sistêmica pode causar muita fadiga", diz Pádua. “Também pode causar anemia, e você também pode ter sangramentos gastrointestinais com diferentes tipos de DII. Tudo isso pode contribuir para que alguém se sinta realmente deprimido e não possa se exercitar.”
Mas nem todos os pacientes têm a mesma experiência. Enquanto alguns lutam com o exercício, outros jogam tênis, praticam jiujitsu e até correm maratonas, diz Shannon Chang, MD, gastroenterologista do Langone Medical Center da Universidade de Nova York. No final, a capacidade de uma pessoa se exercitar depende de sua saúde e quanta inflamação ela possui atualmente.
Os benefícios do exercício para condições gastrointestinais
Embora alguém vivendo com uma doença gastrointestinal possa ter dificuldade em se exercitar regularmente, algumas pesquisas mostraram que há uma conexão entre níveis mais altos de atividade e menos sintomas, especialmente com a doença de Crohn.
Um estudo publicado na revista Inflammatory Bowel Disease descobriu que o exercício está associado a uma diminuição do risco de crises futuras em pessoas com DII em remissão.
Esses resultados não são conclusivos, no entanto. "Há alguma sugestão de que exercitar e permanecer fisicamente ativo com um grau moderado de atividade pode ajudar a manter a doença calma", diz Chang. No entanto, os especialistas não têm certeza se isso ocorre porque as pessoas em remissão são capazes de se exercitar mais ou porque mais exercícios realmente levam a menos sintomas.
No geral, os especialistas concordam que o exercício é uma coisa boa. "Os dados estão um pouco espalhados por todo o lugar, mas geralmente o que vimos é que uma quantidade moderada de exercício é realmente realmente benéfica para alguém com doença inflamatória intestinal", diz Pádua.
O Pettit agora trabalha como assistente de patologia da linguagem da fala e também dá aulas de fitness com PiYo e INSANITY. Ela diz que o exercício sempre a ajudou a controlar a doença de Crohn. Ela experimenta menos sintomas quando se exercita regularmente.
"Definitivamente, eu diria que o exercício ajuda a me manter em remissão", diz Pettit. "Mesmo antes de ser diagnosticado, sempre notei que meus sintomas eram menos graves quando eu estava malhando."
Benefícios além da remissão
A atividade física tem benefícios que vão além de manter as doenças gastrointestinais em remissão.
1. Buster anti-inflamatório do estresse
A maioria dos profissionais de saúde acredita que o estresse pode induzir crises em pessoas com condições como colite ulcerosa, doença de Crohn e DRGE.
Os médicos costumam ouvir que pessoas com doenças inflamatórias gastrointestinais sofrem crises durante períodos de estresse, diz Pádua. Por exemplo, eles podem sofrer um surto ao trocar de emprego, mudar ou ter problemas de relacionamento.
"Como médicos, ouvimos essas histórias constantemente", diz Pádua. “Como cientistas, não entendemos bem qual é esse link. Mas eu realmente acredito que há um link.”
Práticas restaurativas como o yoga podem ajudar a melhorar a conexão mente-corpo e diminuir o estresse. Quando o estresse é reduzido, o ideal é a inflamação também.
De fato, um artigo publicado na BioMed Research International descobriu que o exercício moderado pode ajudar a fortalecer a resposta imune e melhorar a saúde psicológica em pessoas com DII. Também pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e reduzir os níveis de estresse.
2. Melhor saúde óssea
Outro benefício do exercício em pessoas com doenças gastrointestinais é a melhora da densidade óssea, diz Pádua.
As pessoas com certas doenças gastrointestinais nem sempre têm boa saúde óssea, pois costumam tomar longos ciclos de esteróides ou têm problemas para absorver vitamina D e cálcio.
O exercício aeróbico e o treinamento de força aumentam a resistência dos ossos, que precisam ficar mais fortes para compensar, explica Pádua. Isso melhora a densidade óssea.
O exercício com uma doença gastrointestinal pode:
- melhorar a densidade óssea
- reduzir a inflamação
- reforçar a imunidade
- prolongar a remissão
- melhorar a qualidade de vida
- reduzir o estresse
Práticas recomendadas para exercícios com uma condição gastrointestinal
Se você tem uma doença gastrointestinal e tem dificuldade para se exercitar, tente seguir estas etapas para voltar a uma rotina de exercícios segura e saudável.
1. Converse com seu médico
Se não tiver certeza do que seu corpo pode suportar, fale com um profissional. "Eu sempre digo aos meus pacientes que, quando estão buscando atividade física - particularmente alguém que tem muitos problemas gastrointestinais - é sempre bom conversar com seu médico sobre o quanto eles podem fazer", diz Pádua.
2. Encontre o equilíbrio certo
As pessoas tendem a ter uma mentalidade de tudo ou nada com exercícios e podem até se exercitar em um grau que pode ser perigoso, diz Pádua.
Por outro lado, você não quer se tratar com muita delicadeza. Embora você não queira exagerar, não quer ser tão cuidadoso que tenha medo de fazer qualquer coisa, observa Lindsay Lombardi, personal trainer na área da Filadélfia que trabalha com clientes que têm problemas gastrointestinais. "Você não precisa se tratar como uma boneca de vidro", diz ela.
3. Com o treinamento de força, opte pelo exercício baseado em circuito
Se você estiver interessado em treinamento com pesos, a Lombardi recomenda começar com circuitos. Essa forma de levantamento de peso pode manter a freqüência cardíaca elevada, mas não será tão intensa quanto algo como levantamento de peso.
Pettit recomenda que as pessoas facilitem esse tipo de exercício. Comece com algo de baixo impacto, como uma aula de treinamento de força com peso corporal, ela sugere.
4. Para intervalos, comece com um trabalho de baixo a moderado impacto
Para aqueles que procuram melhorar sua saúde cardiovascular, Lombardi sugere começar com intervalos. Comece com intervalos de baixo a moderado impacto. Suba se o seu corpo puder tolerar isso.
5. Incorpore o trabalho restaurador em sua rotina
A conexão mente-corpo desempenha um papel crucial na redução do estresse em pessoas com condições inflamatórias gastrointestinais, como a doença de Crohn e a colite ulcerosa.
"Eu diria que o tipo mais importante de exercício para a cura do intestino é a abordagem mais restauradora, como ioga e Pilates - coisas que realmente oferecem mais dessa conexão mente-corpo", diz Lombardi. "Sem mencionar que existem muitos movimentos dentro daqueles especificamente bons para o trato digestivo".
6. Escute seu corpo
A Lombardi recomenda que as pessoas experimentem uma variedade de exercícios diferentes para encontrar um que seja melhor para eles. Experimente uma aula de spin, por exemplo. Se isso piorar os sintomas, tente algo diferente, como barra. Ou, se você pratica ioga e consegue tolerá-la, aumente seu nível de atividade e tente algo como power yoga ou Pilates.
E em caso de dúvida, mude sua rotina. Entusiasta autoproclamada do fitness, Pettit nunca para de se exercitar quando seu Crohn se anima. Em vez disso, ela modifica sua rotina. "Quando estou me sentindo cansado ou em crise ou minhas articulações doem, só preciso modificar", diz ela.
Acima de tudo, lembre-se de que não importa que tipo de exercício você esteja fazendo, desde que permaneça ativo. Seja um trabalho com pesos ou uma rotina de ioga suave, Lombardi diz: "Manter o corpo em movimento é muito útil para muitos desses problemas intestinais".
Jamie Friedlander é uma escritora e editora freelancer apaixonada pela saúde. Seu trabalho foi publicado em The Cut, Chicago Tribune, Racked, Business Insider e Success Magazine. Quando não está escrevendo, geralmente pode ser encontrada viajando, bebendo grandes quantidades de chá verde ou surfando no Etsy. Você pode ver mais exemplos de seu trabalho em seu site. Siga-a no Twitter.